domingo, 27 de junho de 2010

Um choque cultural diferente...

Saindo um pouco das minhas aventuras pelo Chile, me aventurei pelo Rio de Janeiro em um feriado em maio e posso dizer que foi um momento interessante de reflexão.

Meu namorado estava no Rio a negócios e aproveitei para rever um lugar que sou apaixonada! Estava super ansiosa para pisar em terras brasileiras novamente e não via a hora de chegar na cidade maravilhosa.

Ao sair de São Paulo (escala do vôo), 90% das pessoas que estavam no avião eram cariocas... E eis aí o primeiro choque cultural: todos conversavam com todos, muitos de pé, batendo altos papos... e eu, já acostumada com a rotina de Santiago (ninguém fala com ninguém em nenhum meio de transporte a não ser que conheça a pessoa; e, mesmo se conhece, a conversa é num tom baixo e você raramente escuta o que estão conversando), achei super estranho!

Chegando no aeroporto, encontrei meu namorado e saímos com o translado. Já dentro do ônibus um cara começou a puxar papo comigo e eu o cortei, na hora... Achei aquilo um absurdo. E quando estávamos em táxis achava muito estranho também meu namorado conversar de tudo com os taxistas...  (aqui em Santiago conversamos com os taxistas, mas é muito pouco, não sabemos da vida inteira deles em uma corrida de táxi... rs)

Com isso, cheguei à minha primeira conclusão: basta viver um tempo fora do país que seus costumes e modo de agir mudam.

Estávamos em um hotel 4 estrelas em Copacabana e resolvemos ir até a piscina do hotel, que fica na cobertura. Quando chegamos lá levei um susto imenso: uma favela gigante de frente para o hotel! De verdade, me senti mal em ficar lá em cima. Ficamos uns 3 minutos e descemos...

Segunda conclusão: é muito mais fácil viver em uma cidade onde o rico e o pobre moram em lados opostos e os pobres não chegam nos ricos. Santiago é assim. Apesar da desigualdade social ser menor que em São Paulo e no Rio de Janeiro, ela existe, claro. Só que normalmente não a vemos, e quando vemos não chega nem aos pés da pobreza que vemos nas cidades brasileiras que mencionei. Foi nessa hora que lembrei que há 4 meses eu não sentia medo de andar nas ruas de uma cidade porque me sentia segura. Foi assim que lembrei que o mesmo não se passa no Rio e nem em São Paulo...

Vista da cobertura do hotel - Uma das várias favelas do Rio de Janeiro

Outra coisa que me chamou a atenção foi o estilo das construções no Rio. Por ser uma cidade antiga e ex-capital do país, tem muitos prédios antigos. Até aí, tudo bem... Mas o problema é que os prédios chiques de Ipanema, por exemplo, também não são nenhum modelo de construção...

Terceira conclusão: Santiago, uma cidade sísmica, tem prédios lindos e muito diferentes do que estamos acostumados a ver pelo Brasil. Precisamos aprender a aproveitar o que já existe no mundo para melhorar o nosso país, e isso é válido também para os arquitetos. Seria muito bom se os arquitetos brasileiros tivessem umas aulas no Chile. =)

Do lado bom, posso dizer que me sentia a pessoa mais feliz do mundo por estar onde eu estava e acompanhada de uma pessoa tão importante pra mim. Foram dois dias de muita alegria e diversão e eu me senti, de fato, em casa! (Eu gostava até de escutar o sotaque dos cariocas!!! rs)

Quarta conclusão: mesmo que eu esteja morando no melhor país do mundo, no mais desenvolvido, no mais moderno, no mais organizado, etc... continuarei sendo brasileira de coração! Continuarei amando meu país e minha cultura, minha base de formação, minha família, meus amigos e meu namorado em primeiro lugar, sempre! Posso morar por um tempo fora do Brasil, mas aí é a minha casa, o meu lar... Voltarei e farei o que estiver ao meu alcance para ajudar o meu país!

(PS: Amor, obrigada pelo ótimo fim de semana! Foi incrível!)

Batendo um papo com Carlos Drummond de Andrade, em Copabacana

No Arpoador, em Ipanema

Escultura de areia em Copacabana
Passeio na orla depois de comer uma bela feijoada na Casa da Feijoada, em Ipanema

No hotel (amei as rosas, a cesta de frutas e os chocolates!)

Passeio no Pink Fleet: navio que oferece um passeio inesquecível pela orla do Rio de Janeiro, contando cada detalhe histórico da região. Recomendo!

Apreciando a paisagem e aguardando os pratos que pedimos
Curiosidade: o chef do Pink Fleet, o holandês Gabriel Fleijsman, é fenomenal! Todos os pratos e pestiscos que comemos eram muito saborosos e eu fiquei fascinada pelo camarão ao molho de vinho branco!

Passando debaixo da Ponte Rio-Niterói, uma das maiores pontes do mundo

Dentro do Pink Fleet

Não quero jamais ter de morar longe dele. Aqui tudo é possível. E tanto está ainda por fazer...
(Lya Luft sobre o Brasil)

2 comentários:

Anônimo disse...

Wauuu que honro Marina, que bien que teguste vivir en Santiago, por muy fria y gris que se torne a veces jajaja....espero puedas vivir la primavera y verás como más linda se pone. Y obvio, todos queremos nuestros lugares de origen no por su belleza estética, sino por la historia y complicidad que tiene con cada uno ;).
Besos!
Carlos

Vinicius Bortoluzzi Madeira disse...

Oi Marina!
Valeu pelo post lá no blog, viu? =)
É, acho que cabeça de intercambista fica tudo meio igual, né? Mas eu gosto de estar sempre a mil, desenhando cenários...melhor sobrarem opções do que faltarem, né?
Sobre seu post, putz, nem me fala em choque cultural na volta...não quero nem ver! Ao todo, vou ficar um ano e meio sem voltar pro Brasil, quero só ver...mas também não sei se volto pra ficar, enfim, o tempo dirá, né?

Abraço!